Auriculomedicina como Diagnóstico
Em 1996 Paul Nogier descobriu
que ao tocar as orelhas de seus pacientes, eles sofriam uma alteração
no pulso, tal fenômeno foi descoberto por pura sorte, chamou a este de
“Reflexo Aurículo –Cardíaco” (R.A.C.), porém
não se trata de um reflexo da orelha para o coração.
Após o aprofundamento desse estudo, observou que está alteração
não se dava somente ao palpar a orelha e sim em qualquer parte do corpo
e com qualquer estimulação, seja tátil, seja luminosa.
Este fenômeno passou a se chamar pela sigla inglesa V.A.S (“Vascular
Autonomic Signal”).
Hoje sabemos que é uma reação vascular inconsciente e não
um reflexo. É um fenômeno geral e não cardíaco.
O corpo humano reage a qualquer estímulo, mesmo que seja pequeno. Os
estímulos pequenos, tanto agradáveis ou inagradáveis, benéficos
ou prejudiciais, provocam uma reação do sistema nervoso autônomo
simpático, levando a vasoconstrição cutânea, principalmente
das extremidades, mãos e pés. O fluxo sangüíneo da
artéria radial diminui intensamente, as ondas do pulso são refletidas
pelas arteríolas e assim surge o fenômeno V.A.S..
1- Técnica
Na auriculomedicina devemos considerar três coisas fundamentais.
- Pele;
- Artérias;
- Sistema Nervoso;
Ao começar aumentar
a intensidade da estimulação e passar as luzes de várias
cores, houve uma alteração na curva de dor, observou-se que a
dor é mais importante quando as cores são mais vivas, como o vermelho
ou amarelo, tendo diminuído com o azul. O amarelo aumentou em até
três vezes a intensidade da dor já a luz fria próximo ao
ultravioleta diminuíram a dor e as cores quentes como o infravermelho
aumentaram-na.
Em conclusão a dor pode ser variada conforme a cor projetada, o que significa
que a pele tem capacidade de fotopercepção, influindo no sistema
nervoso.
Este fenômeno pode ser observado em qualquer artéria porém
a ideal é a artéria radial por apresentar algumas vantagens:
- É uma artéria superficial e de fácil acesso e palpação;
- É uma artéria terminal, nutre apenas a mão constituída
de pele, músculos, tendões, nervos, ossos e uma grande quantidade
de capilares e fistulas artério-venosas.
2- Procedimentos para realizar o V.A.S. / Tomada do pulso
O paciente deve estar totalmente
tranqüilo, em decúbito dorsal, ambiente obscurecido ou pouco iluminado.
Deverá estar com a mão esquerda para trás, com o pulso
fechado e a munheca em hiperextensão, a mão esquerda do avaliador
sustenta o pulso do enfermo com os dedos anular, médio e mínimo,
firmemente, colocando o polegar semiflexionado sobre o flanco radial da artéria
radial, sem exercer uma pressão demasiada, para evitar o aplastamento
da artéria.
Com a mão direita vão se realizando estimulações
luminosas curtas, tipo flash, sobre a pele. A luz deverá ser branca e
com uma potência igual a 75W e se estimulará entre as ondas do
pulso, esperando o fenômeno rebote e repetindo 10 a 12 vezes. A reação
obtida é imediata.
O que se vai sentir no pulso do paciente?
Algo palpável, porém difícil de transmitir. A cada flash
vai se sentir como que o pulso aumenta ou se faz mais forte, mas só a
prática do quotidiano irá demonstrar melhor está técnica.
3- Obstáculos para a percepção do V.A.S.
1- Medicamentos (betabloqueadores
exercem uma ação retardatária, bem como os neurolípticos)
2- Marcapassos Cardíacos
3- Arritmias severas
4- Enfermidades (depressão profunda, onde altere a fotopercepção
cutânea, patologias cancerosas)
5- Aparelhos eletromagnéticos
O segredo para tomar o V.A.S. não é refletir ao palpar o pulso ou buscar algo em nosso cérebro, mas sim faze-lo de maneira automática, a arte da percepção é muito importante e um processo que necessita aprendizagem.